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Terça-feira, 1 de Novembro de 2005

A MOEDA, por Filipe Vales, 8ºC

moeda.jpg

Conceito de Moeda

O termo moeda surge-nos do termo latino “moneta”, relacionada com o local onde se cunhavam as moedas em Roma: o Templo Juno Moneta. Moeda é uma unidade representativa de valor, aceite como instrumento de troca numa sociedade. A moeda corrente é aquela que circula legalmente num país.
Todo o individuo que possuiu moeda, têm direito a comprar tudo aquilo que lhe convém, logo que as suas posses assim possam suportar e que o vendedor o pretenda vender.

junomoneta.jpg

Origem da Moeda

No início, o sistema comercial não existia na sua propriedade fundamental, a circulação do valor. Cada homem recolhia das ofertas da Natureza o que lhe era necessário.
Contudo, sobretudo após a Revolução Neolítica, um homem que pescasse mais peixe do que lhe era necessário, poderia trocá-lo com outro que tivesse produzido muito trigo. Este tipo de comércio perdurou por muito tempo nas civilizações antigas. No entanto, haviam inconvenientes, pois o valor e a quantidade consideradas de um produto x não serem iguais em duas transacções distintas, isto é, num ano poderiam trocar 2 sacos de milho por uma dúzia de peixes, mas, no ano seguinte, os mesmos indivíduos poderiam trocar 2 sacos de milho por 10 peixes, traduzindo-se na irregularidade do valor das coisas, dependendo este da necessidades e das posses de cada homem.
No entanto, e para por fim a este inconveniente, o homem foi procurando incessantemente um produto ou medida que servisse de referência proporcional entre as mercadorias e a sua quantidade implícita. Nesse seguimento, surgiram algumas mercadorias que, pela sua utilidade e procura, passaram a ocupar essa posição. Aceites por todos, passaram a circular como moedas, servindo para trocar por outros produtos e para lhes avaliar o valor. Estamos a falar, sobretudo, das cabeças de gado, principalmente bovino, pois apresentava vantagens de locomoção própria, reprodução e força motriz para prestação de serviços. Também na Arábia e Norte de África, trocavam os camelos ao invés de gado, pois eram bem mais preciosos nessa região. Mais tarde, começou-se a utilizar o sal, por ser inacessível a quem morasse no continente e por ser muito cobiçado devido a sua utilização na conservação de alimentos. Daí provem o nome latino “salário”, a que, actualmente, ligamos, gramaticalmente, à remuneração, normalmente em dinheiro, devida pelo empregador em face do serviço do empregado.
Devido à possibilidade de entesouramento, divisibilidade, raridade, facilidade de transporte e beleza, o metal se elegeu como principal padrão de valor, passando, em pequenos objectos, a circular como instrumento de troca. Posteriormente, o metal já se apresentava em formas padrão, normalmente pequenos círculos, com pureza e peso determinado, recebendo uma marca numa das suas faces onde indicava o seu valor e a pessoa que a emitiu. Surgiram assim, no séc. VII a.C., as primeiras moedas com as características actuais, sendo cunhado na Grécia, em prata, o Dracma, um dos seus melhores exemplos.
A segunda face da moeda, estando a primeira ocupada com o cunho, deveria reflectir a mentalidade do povo que a emitiu e da sua época, apontando os seus aspectos culturais, tecnológicos, políticos, religiosos e económicos.

A evolução da moeda

Posteriormente, em Alexandria, foi acrescentada a data às moedas, na Grécia, durante o reinado de Alexandre, o Grande, começaram-se a inserir a esfinge de uma personalidade importante no reverso da moeda e, por fim, na Europa, no séc. XVII, inseriu-se um “serrilhado” no rebordo da moeda.
Os primeiros metais a serem utilizados na cunhagem de moeda, foram o ouro, a prata e o cobre, descendo de valor conforme a ordem que apresentei. Estes metais foram escolhidos pela sua raridade, beleza, imunidade à corrosão e valor económico, mas sobretudo por aspectos religiosos, pois os Babilónios relacionavam o ouro com o Sol e a prata com a Lua, juntando-se o cobre pelo seu valor inferior, útil para a cunhagem de moedas de valor mais baixo. Este sistema perdurou até ao início do séc. XX, aquando a descoberta do cuproníquel, que veio substituir essas três ligas, passando a moeda a valer o valor que está representado na sua face e não pelo verdadeiro valor do metal que a compõe. Contudo, não devemos esquecer que ainda são cunhadas moedas de outros metais, tanto tradicionais como inovadores.
Numa altura em que a Europa desenvolvia a moeda, do outro lado do mundo, na China, desenvolvia-se o papel-moeda, inventado pelos chineses possivelmente no ano de 89 d.C.. As matrizes para a impressão eram confeccionadas em tabuleiros de madeira ou de bambu, sobre as quais era aplicada uma pasta especial, feita de polpa vegetal amolecida e batida. A madeira recebia a tinta e os desenhos e textos gravados nesta eram passados para o papel.
Contudo, esta inovação só chegou à Europa aquando a viagem de Marco Polo, numa altura em que, desde a Idade Média, já começara a surgir o hábito de guardar o dinheiro com o ourives, pessoa que negociava ouro e prata, emitindo este uma cédula de garantia da posse desse valor à pessoa que o transportasse. Com o tempo, essas cédulas começaram a circular como forma de pagamento. Assim surge o papel-moeda. Posteriormente, o Governo do país assegurou-se da garantia de autenticidade dessas cédulas, passando a emiti-las. Também a emissão de papel-moeda evoluiu, passando a utilizar-se papéis especiais e técnicas de segurança para assegurar a não-falsificação.
Actualmente os países possuem um banco central responsável pela emissão de moedas e cédulas.
Com a supressão da conversibilidade das cédulas e moedas em metal precioso, o dinheiro cada vez mais se desmaterializa, assumindo formas abstractas. Foi nesta corrente, que surge o cheque. Esse documento, pelo qual se ordena o pagamento de certa quantia ao seu portador ou à pessoa nele citada, visa, primordialmente, à movimentação dos depósitos bancários.
O importante papel que esse meio de pagamento ocupa, hoje, na economia, deve-se às inúmeras vantagens que proporciona, agilizando a movimentação de grandes somas, impedindo o entesouramento do dinheiro em espécie e diminuindo a necessidade de troco, por ser um papel preenchido à mão, com a quantia de que se quer dispor.
O dinheiro, seja em que forma se apresente, não vale por si, mas pelas mercadorias e serviços que pode comprar. É uma espécie de título que dá a seu portador a faculdade de se considerar credor da sociedade e de usufruir, através do poder de compra, de todas as conquistas do homem moderno.

Moedas na actualidade

Actualmente, a moeda é um bem extremamente precioso, visto vivermos num mundo capitalista, onde tudo funciona em torno do dinheiro. O homem utiliza todos os meios à sua volta (recursos) para gerir uma série de condições que levem ao lucro, utilizando uma série de manobras (normalmente publicidade) para fazer valer a imagem daquilo que pretende negociar ou promover.
Uma moeda que se destaca na actualidade, é o Dólar Americano ($), que, pelo país que a emite (Estados Unidos da América), ganhou relevo internacional como referência global para o valor das mercadorias. Outra muito conceituada, é a Libra (₤) pelo seu elevado valor e pelo prestígio que adquiriu pela estabilidade do seu valor e pelo país que a emite (Reino Unido). Por fim, ainda gostaria de citar o Euro (€), que vem a ter importância pelas condições em que surge: trata-se de uma moeda única com o mesmo câmbio internacional adoptada por 12 países independentes e distintos, que assim esperam criar um ambiente económico melhor, que facilite os seus negócios.

dolar.jpg

Moedas e outros

O título de menor moeda do mundo é disputado por duas moedas: uma é a “cabeça de alfinete, cunhada em Colpata (Índia) em 1800, com apenas 65 mg; e a moeda de 6 krissales de ouro, emitida em Java entre os séc. IX e XII, que, apesar de ter o tamanho não maior que um grão de arroz, tem inscrições nas duas faces.
A maior moeda do mundo pode ser avaliada por dois itens: o primeiro, é o peso, cujo o recorde cabe à moeda de 10 dólares suecos emitidos em 1659, pesando 19 kg em cobre puro; o segundo, é o valor intrínseco e nominal, cujo o recorde cabe à moeda de 200 muhur, cunhada pelo rei mongol Shah Goaham, que carregava mais de 2 kg de ouro puro.
Em algumas situações. Como é o caso de guerras ou casos de inflação exagerada, as populações vêm-se obrigadas a trocar a sua moeda, quase inexistente, por outros valores. Existe vários exemplos destes casos.
• Na Alemanha, durante a I Grande Guerra Mundial, passaram a emitir-se peças de porcelana como moeda, devido à falta de metais.
• Na França, no séc. XIII, substituíram-se as moedas por pequenas fichas metálicas onde eram registrados os créditos e débitos de cada pessoa.
• Na Itália, nos anos 70, a moeda foi substituída por caramelos, recebendo o nome de liras caramelo.
• Nos E.U.A., durante a Guerra Civil, selos acondicionados em pequenos discos de papelão, couro ou zinco e recobertos de plástico ou vidro, circularam como moeda.

A moeda não foi genialmente inventada, mas surgiu de uma necessidade humana, e sua evolução reflecte, a cada momento, a vontade do homem de adequar o seu instrumento monetário à realidade de sua economia.
publicado por António Luís Catarino às 22:50
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