
Platão e Aristóteles
A democracia grega apresentava algumas limitações, nomeadamente a escravatura. Irei debruçar-me sobre esse tema, uma vez que me indignei bastante ao analisar documentos escritos por grandes filósofos da época.
De facto, os escravos constituíam metade da população da Ática, considerados não mais do que propriedade pessoal de particulares e do Estado. A lei não lhes reconhecia personalidade civil, eram tratados como vulgar mercadoria e equiparados a objectos! Questões que actualmente são impensáveis, foram na altura justificadas por notáveis pensadores, como Aristóteles e Platão.
Quanto ao primeiro, afirmou que o escravo é uma propriedade instrumental animada e que a utilidade dos animais domésticos e dos escravos são pouco mais ao menos do mesmo género. Uns e outros ajudam-nos com o auxilio das suas forças físicas a satisfazer as necessidades da nossa existência. Sem qualquer ponta de sensibilidade e bom senso, Aristóteles exprimiu a sua opinião!
Segundo Platão, devemos trata-los bem (aos escravos), não somente por eles, mas mais ainda em vista do nosso próprio interesse. Esse tratamento consistirá em (
) ser ainda mais justos, se é possível, com eles que com os nossos iguais.. A meu ver, Platão escondeu-se atrás da hipocrisia e do preconceito com esta tese, uma vez que, para além de não reconhecer que os escravos também são humanos, achava que somente em caso de ser possível, os deviam tratar bem, pois isso iria dar uma boa imagem dos cidadãos!
Aristóteles ousa ser directo e frontal, não se acobarda à falsidade, atreve-se a dizer que escravo é escravo e pronto! Não querendo com isto, argumentar a favor deste, naturalmente! Apenas estabeleço a comparação para que fique bem vincado o meu desagrado em relação à mesquinhez de Platão com esta sua triste convicção
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