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Passam hoje 500 anos sobre um dos episódios mais trágicos da História de Portugal: quatro mil judeus foram mortos num banho de sangue sem precedentes, justificado pela Semana Santa e pela perseguição feita pelos cristãos. A data é assinalada com a inauguração de um memorial no Largo de São Domingos, um dos palcos principais da tragédia. Ao mesmo tempo, no Rossio quatro mil velas vão avivar a memória. |
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Eram judeus convertidos ao cristianismo. Mas a conversão não os livrou da morte certa.
Na Semana Santa de 1506, e no decurso de três jornadas sanguinárias, mais de quatro mil foram assassinados.
Uma multidão enraivecida, apoiada pelas marinhas alemã, holandesa e francesa, massacraram homens, mulheres e crianças nas ruas da capital.
À época, corria o boato de que quem matasse um judeu, veria esquecidos os pecados de cem dias.
O massacre de Lisboa veio na sequência da expulsão dos judeus da vizinha Espanha. Aí, apenas o exílio surgia como alternativa a uma conversão ao Cristianismo.
Muitos encontraram então refúgio em Portugal, onde o Rei D. Manuel mostrava atitude mais tolerante para com o judaísmo.
Mas sob a pressão de Espanha, também em Portugal os judeus foram forçados a converter-se. A Inquisição seguia de perto a vida destes cristãos à força, pois acreditava-se que viviam a culto judaico em segredo. Condenados por heresia, centenas foram queimados vivos em Autos de fé nos séculos 16 e 17.
Com o exemplo do Clero, foi ganhando força na sociedade portuguesa o anti-semitismo, e aconteceu o massacre de Lisboa.
A matança caiu no esquecimento e são poucos os historiadores que lhe fazem referência.
Quinhentos anos depois, a memória é reavivada.
(SIC-Notícias, 19/04/2006)